terça-feira, 31 de março de 2009

Ocupação da Faculdade de Belas Artes do Porto

Foi votado por maioria em Assembleia Alunos a ocupação da Faculdade de Belas Artes do Porto por esta noite.

Este acção insere-se na luta que começou no dia 24 de Março com uma manifestação e invasão da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e a criação do Movimento "24 de Março" que conta com estudantes de várias universidades dentro e fora da UP.
Tendo planeado outro protesto para o dia de amanhã, dia 1 de Abril conhecido como o dia das petas ou mentiras, em frente à Reitoria da Universidade do Porto com o tema "Mentira do dia: Acção Social", os alunos decidiram ocupar pacificamente a FBAUP para organizar a manifestação, produzir materiais e também discutir a situação estudantil e do país.

As reivindicações :

1) A título urgente e de forma excepcional, suspender a cobrança de propinas a estudantes cuja continuidade da frequência do ensino superior se encontre em risco, dada a conjuntura socio-económica;

2) A constituição imediata de uma comissão paritária (estudantes e docentes) empossada pelo Conselho Directivo que tenha como missão proceder à identificação dos principais problemas levantados com a aplicação do Processo de Bolonha e a consequente formulação de um conjunto de propostas para a operacionalização ao nível administrativo, lectivo e pedagógico dos principais bloqueios que vêm sendo denunciados pela comunidade académica;

3) Acautelamento, por via de um requerimento ao Conselho Directivo da Reitoria da UP, da não diminuição da representação relativa dos estudantes nos órgãos de decisão das Faculdades e da Universidade;

4) Tendo em conta que vários estudantes são obrigados a pagar valores elevados pela frequência de poucas cadeiras, propomos que o pagamento das propinas seja efectuado em relação ao valor dos créditos das cadeiras em que o aluno está inscrito no respectivo ano lectivo (sendo aceite um pequeno valor de base para despesas de funcionamento geral);

5) A concessão de entrevistas, da parte dos Serviços de Acção Social da Universidade do Porto, destinadas a avaliar casos de estudantes em situações de precariedade financeira, tendo em vista a atribuição de vales de refeição nas cantinas dos SASUP, nos casos em que se justifique.

Às 21:30 há nova Assembleia Geral de Estudantes!

6 comentários:

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  2. Boa tarde!
    Chamo-me David Marreiros, sou aluno de 2º ano de Design de Comunicação da FBAUP e após ler tudo o que foi escrito neste blog, ter conhecimento da ocupação e de ter participado, embora que apenas em parte, na AGE, venho dizer que para além de não concordar com os principios pelos quais se regem nem pelas exigências propostas, discordo totalmente da forma como tudo isto se está a ser processar, ou seja, deste modo repentino, instantâneo e, peço desculpa pelo termo, aparentemente imaturo.
    Concordo que nos manifestemos (quem me conhece sabe perfeitamente isso) apenas não concordo que nos manifestemos desta forma, de modo a não parecer exteriormente que estamos a protestar sobre algo apenas porque temos espírito revolucionário, tipicamente caracteristico de artistas. Para além do mais o modo como as coisas são vistas lá fora contam imenso, de modo que caso a imagem que passemos com todo isto seja algo fraca e inconsolidada a nossa credibilidade vai directamente por água abaixo. Acho que as coisas devem ser discutidas com calma e ponderação, e para tal é preciso tempo e alguma margem de distanciamento.
    Concordo plenamente com a má actuação dos Serviços de Acção Social; discordo em absoluto com a reivindicação do não pagamento de propinas; discordo completamente na critica ao sistema de Bolonha, concordaria sim com a critica ao modo como o sistema de Bolonha está a ser implementado.
    Sejamos sinceros e coerentes e vejamos que o nosso país está numa fase complicada, tal como o ensino superir está a passar por extremas dificuldades também outras áreas estão. Os problemas nacionais afectam todos e todos são válidos. Logo não podem ser todos resolvidos de uma vez só, num abrir e fechar de olhos. As artes e as letras não são de facto valorizados pela sociedade portuguesa, por factores óbvios. Mas não vamos ser artistas e poetas românticos e utópicos onde acreditamos num Portugal igualitário para todos onde temos direitos para tudo e o Estado será a máquina que nos sustenta. Nós somos as rodas dentadas dessa grande máquina, que infelizmente estão enferrujados e precisam de óleo. De tal modo a máquina funciona a meio gás e não será por ela própria que vai começar a trabalhar enquanto as rodas dentadas não estiverem operacionais. Não pretendo criticar ninguém, muito pelo contrário, apenas desejo demonstrar o meu desagrado como aluno da FBAUP. No máximo pretendo criticar o estado do país, ou pior o seu povo, que é o que mais me intristece. O modo como pensa e como age, ou melhor, o modo como age e não pensa; o modo como deixa as coisas correr e depois quando elas começam a dar para o torto, porque pouco fizemos para melhorar, não nos culpamos a nós, mas aos outros; o modo como é de extremos, de contrastes e de alterações constantes de humor. Sei igualmente que eu próprio devo ser criticado por estar a fazer um juízo sobre algo no qual não estive presente na totalidade, i.e., a AGE, mas acho que o modo como estou a expor a minha opinião é relativamente global de modo a se tornar válido e coerente.
    Obrigado,
    David Marreiros

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  3. Caro David e demais "colegas":
    embora recente ex-estudante de artes, não estudei nas BA. Infelizmente, na altura em que entrei pra faculdade o meu curso apenas existia numa universidade privada...pelo que sempre me senti obrigada a abordar este tipo de questões de forma muito diferente da que estão a utilizar agora.
    Agora,que não sou carne nem peixe (e passo recibos verdes), posso dizer que, ao contrário do David,não considero sequer as medidas que propõem demasiado radicais,nem exageradas.Acho-as,até ver,justas e equilibradas (mesmo eu,que tenho as minhas dúvidas em relação à viabilidade daquilo a que chamam o ensino realmente público,ou seja,o não pagamento total e geral de propinas). Precisamos olear a máquina,sim,mas isso faz-se com educação,com formação - e estas, pelo menos a 1ª, é um Direito Fundamental.Temos sim que mostrar presença - se parece atabalhoado,é porque de coragem em coragem se constrói um grupo/um monte/uma multidão de estudantes coesa, unida, e capaz. Força aí.
    Abraço,
    Ana V.

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  4. Bom dia!
    Chamo-me Joana Almeida e gostava de expressar o meu desagrado em relação ao que se está neste momento a passar na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Acho que de facto o ensino e as condições de ensino estão profundamente defeituosas devido à má gestão das mesmas. Tenho a dizer, e para não entrar em ciclo vicioso e repetitivo, que concordo com tudo o que foi declarado acima pelo meu colega David.

    Não é a minha preocupação máxima a "imagem" que estamos a passar para fora, que se dane a "imagem", apenas acho que ponderação nunca magoou ninguém e como tal o assunto deveria ter sido pensado mais cuidadosamente.

    Dado que não estive presente nas reuniões tenho bem a noção que perdi muitas oportunidades de me insurgir contra as opiniões com as quais não concordo, no entanto julgo ter o direito deixar este pequeno pedaço de opinão aqui, depois de ter ido à faculdade e de ter, como diz a expressão, "batido com o nariz na porta" e acima de tudo ter ouvido opinões diversas à acerca do assunto, acho que a maneira como agiram foi precipitada e como foi dito antes pouco ponderada.

    Tenham um bom resto de dia, e espero sinceramente que já que a ideia foi avante sirva de algo e que eu esteja errada quando penso que foi precipitada.

    Sem mais nada a acrescentar,
    Joana Almeida

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  5. P.s: Faltou-me acrescentar que sou aluna do 2º ano de Design de Comunicação nesta faculdade.

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  6. Queria apenas dizer que até a uns minutos atrás, vocês nem existiam, nem queria saber disso.
    O protesto que fizeram, meteu-vos no mapa, agora o que fazem com isso, lá iremos ver..

    Nem concordo nem discordo, só digo que existem

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